Em Espinho, visitei o seu lado mais típico e autêntico. O Bairro piscatório! Numa das pontas da cidade e de frente para o mar, é ainda uma forte e bonita identidade da cidade. São ruas perpendiculares ao mar a cruzarem-se com ruas paralelas. São habitações baixas, coloridas, de portas abertas e com muita vida, a pintar o bairro. E são pescadores e varinas, na rua. Sentados em cadeiras e em bancos, outros em pé, à porta…, quase sempre no plural. Em grupo. Unidos.

Passei por lá para assistir à atividade piscatória por arrasto, a arte xávega! Um espetáculo quase sempre emocionante. É todo um trabalho muito manual, com muita agitação, envolvendo muita energia …, e que representa a subsistência de muitas famílias. Respeito! Além do risco inerente à vida no mar, há trabalho em terra, na praia. Na arte xávega, a barca entra no mar mas deixa ficar em terra a ponta de um cabo da rede de pesca. E só a cerca de 4 km da costa é que é lançada a rede, funcionando como uma espécie de saco de malha onde se aprisiona o peixe. Depois, os pescadores voltam para terra e trazem o outro cabo que juntam nas cordas e puxam com tratores. Hoje! No passado, e durante muitos e muitos anos, as redes eram puxadas por juntas de bois. Ao chegar a rede a terra, o peixe é separado e disposto em pequenos lotes. Lotes que começam a ser leiloados logo ali, num espetáculo pitoresco. Varinas, leiloeiros, pescadores, potenciais clientes, curiosos, … tudo concentrado, e animado.

Assisti a toda essa faina. Integrei o grupo de curiosos que em terra tenta registar e fotografar tudo. Do início ao fim. E claro está, também fiz de tudo para tentar saber em primeira mão o que vinha em cada um dos lotes. É mais forte que nós. Um time off vivo e fresco!

 

 

 

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