Desde muito miúda, devia estar a começar a ler e a escrever e já gostava (como a maioria das crianças, risos) das histórias que envolviam os reis, as rainhas, os castelos, os palácios, os palacetes, as coroas e os cavalos. Enfim, todo um conjunto que me fazia imaginar, sonhar… O cavalo branco, a coroa, os vestidos de tecidos nobres, as jóias a brilhar a kms. Os cabelos muito volumosos e bem arranjados e aquele contexto de fartura, luxo e riqueza despertava-me a atenção, simbolizava o mundo cor-de-rosa, a vida perfeita.

Passado

E foi ainda no tempo da escola primária que fiz a minha primeira visita a um palácio, ao – Palácio de Mateus -. Estava ‘em pulgas’. Ia ver um palácio, ia estar lá! Desse tempo ficou-me na memória uma casa gigante. Um jardim onde quis correr, passear e ficar! (naquela altura já ‘delirava’ com jardins, risos). Sim, lembro-me claramente de reparar em cada arbusto que estava perfeitamente aparado. Alguns deles mesmo em forma de desenho, e lembro-me ainda das roseiras alinhadas e distribuídas em função da cor. Corri pelo jardim entre os vários arbustos, árvores e flores. Fiz questão de me perder num túnel escuro de ciprestes também eles gigantescos. Estive cerca de 25 anos sem voltar lá (mesmo estando perto, mesmo passando várias vezes ao lado).

Presente

Em time off foi altura de visitar o passado, fui de novo até ao – Palácio de Mateus -. A casa continua nobre e imponente, talvez menos gigante que na altura de criança (risos). Mas as pedras são mais fortes, são mais vivas e maiores. Foi uma visita (muito bem) guiada ao interior da casa e à capela, e uma visita livre ao jardim. E livre foi também o tempo que por lá passei. ‘Delirei’ ainda mais que na altura de criança com todo aquele jardim e espaço exterior. E hoje, para mim, o mundo cor-de-rosa, a vida perfeita passam por ali …

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