Santa Bárbara
Há bem poucos dias tive um time off especial e diferente de todos os outros. Diferente, porque de facto, foi mesmo diferente! Já estive em vários miradouros em Trás-os-Montes, já estive a ver a região do Douro em várias perspectivas. Já fotografei muitos socalcos, já vi várias capelas, todas elas cobertas em branco cal, e muito acolhedoras à vista e à alma. No entanto, ainda não tinha partilhado aquele miradouro que sinto um ‘pouco meu’, o – Miradouro de Santa Bárbara -.
É mais fácil partilhar aquilo que não é nosso (risos). Temos, eu tenho, quase sempre como um tema delicado aquilo que é nosso, aquilo que nos toca. E, sim, o miradouro da Cumieira (da minha aldeia) é dos Cumieirenses, é dos Penaguienses. É de quem o visita, e portanto pode também ser um ‘pouco meu’. Cresci a ir às festas de verão em honra de St.ª Bárbara. Participei em várias procissões vestida a rigor, fui a vários bailaricos, e assisti a bonitos e sempre muito barulhentos fogos de artifício. Um barulho colorido e feliz! Era a festa da aldeia.
O time off
Este time off não foi em dia de festa, não foi no verão. O único barulho que se ouvia eram alguns passarinhos e algumas folhagens a mexer com a brisa que se fazia sentir. Apesar do frio, o sol estava aberto e bonito. Fui em caminhada até St.ª Bárbara, um percurso de cerca de 20 minutos desde a estrada nacional (onde está claramente sinalizado o miradouro). O trajeto, em alcatrão, faz-se bem, é quase todo ele plano e conta com uma vista deslumbrante. Os últimos 100 metros são já em declive acentuado, mas é uma subida compensadora. Começa-se a vislumbrar a capela, e a paisagem fica cada vez mais grandiosa. Ao longe vi uma ou outra queimada (autorizadas e necessárias) não estragaram a fotografia (risos), nem o momento.
Sabia que ainda havia mais, muito mais! Subi até ao recinto e andei à volta da capela. Vi a paisagem de vários cantos, de vários ângulos, vi-a várias vezes, como já tinha feito em tantas outras caminhadas, e senti o mesmo ”grande a nossa St.ª Bárbara”.
