Fui visitar um dos mais importantes territórios mineiros do império romano – Tresminas -, freguesia do concelho de Vila Pouca de Aguiar. Gosto de serra, gosto de ouro e gosto da ideia associada à sua exploração (risos), portanto tinha tudo reunido para uma fantástica viagem a um passado com cerca de 2.000 anos. Sim, a história fala em 2.000 anos!

O dia

Estava uma manhã de frio, muito frio, mas a Área Mineira (o OURO, risos) estava a chamar por mim, portanto fui! A ‘exploração’ iniciou em plena serra da Padrela e sobre um ponto mais elevado (uma espécie de miradouro do complexo mineiro). Uma vista única sobre a serra, os montes e um vale estreito pintado a verdes frescos. De lá via-se já quase toda a área mineira, e viam-se também duas das suas – crateras (cortas) -, minas a céu aberto de onde teriam sido removidos milhões de metros cúbicos de rocha. Mais uns metros, e ainda mais acima, uma outra cratera, esta, a poucos palmos de distância, separada de mim por um muro em pedra alto.

Cheguei e adorei! É uma visão muito próxima, segura e feliz sobre uma mina a céu aberto, são várias dezenas de metros que se vão ‘afunilando’ num enquadramento rochoso e de floresta colorido ao natural. O que tem de encantador, pode ter de assustador. Sim, visto de perto assusta. Valentes os Romanos (risos)! Depois, fui (fomos) até junto de uma outra cratera, aquela que inicialmente parecia longe, muito longe. Mais um trilho, mais uma caminhada compensadora na história e na vista.

A aventura

E a aventura iniciou com a visita a uma das galerias subterrâneas. Mais de 100 metros de túnel, em que apesar de largo, a determinada altura deixa de estar em linha reta com a rua, e portanto com a luz, e a saída (risos). “Isto para mim não vai ser fácil! Mas vamos a isso! Tenho lanterna, tenho capacete, tenho guia, … mas também tenho muito ‘medo’ ao subterrâneo e ao desconhecido”. Enfim, sentimentos contraditórios de – querer ir -, e – querer ficar -. Mas fui, e fui bem! Demasiado bem. Não estava preparada nem informada que lá dentro estariam morcegos, dezenas de morcegos ‘colados’ à rocha (em hibernação). Primeiro estranhei, e muito (risos). Depois, e naquele enquadramento entranhei, gostei, e fotografei (claro).

A viagem e aventura terminou no Centro Interpretativo, um espaço com áreas expositivas que permite o enquadramento histórico-arqueológico e natural da área mineira e coloca o visitante em contacto com a tecnologia aplicada na época romana na exploração do minério. Não explorei, nem contactei com o OURO, mas tive um time off de ouro em Tresminas!

 

 

 

 

 

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