A caminhada

A caminhada a pé para Fátima tem continuado. Estamos, estou quase lá! Passaram-se já mais três etapas, três dias. Ufa, já me sinto tão feliz (e tão ‘desarada’, risos). Para mim parece-me que vivi mais três anos. É toda uma quantidade de emoções, de sentimentos concentrada e vivida em muito pouco tempo por um grupo de pessoas unidas grande parte delas desde o início da caminhada. Mas é como se nos conhecesse-mos há anos, estamos unidos e juntos, com a mesma missão – chegar a pé a Fátima -. E não é uma missão qualquer.

Não tem explicação a quantidade de variações de humor e não só, que uma experiência destas envolve num dia. Eu diria mesmo, numa hora (risos). Comigo tem sido. É tudo muito intenso, é tudo muito forte, e parece que não há mais mundo, mais vida para além desta missão de peregrinação.  Isto sim é um verdadeiro retiro de, e para, tudo. Para mim tem sido. No entanto, é um retiro que envolve momentos de diversão, de emoção, de dor,  de sofrimento e eu chego mesmo a dizer ‘tortura’. Tem um preço muito alto a ‘pagar’.

A resistência

A caminhada a pé para Fátima tem-me obrigado a testar os meus próprios limites. Os físicos e os psicológicos. Não é fácil caminhar quando o teu corpo te pede para parar! Mas parar mesmo, como se fosse uma situação de vida ou morte. É sentir que se está a pisar a linha. A minha linha …

Mas tem-me ensinado muito. E de facto estamos sempre a aprender. A fé envolvida, a crença e a força de acreditar. Está tudo espelhado nos rostos, nas expressões, nos movimentos do corpo, no apoio dado por outros peregrinos, mmuitosssssss, e nas casas de apoio junto às estradas. Momentos que se vivem e recordam milhares de vezes repetidamente ao longo das horas de caminhada, que parecem nunca terminar.

Há dores? Há, e muitas! Nesta altura, são muitas e são em todo o lado. Mas a sorte é que vão e vêm, e são solidárias umas com as outras (risos), não são simultâneas. As minhas. E as casa de apoio aos peregrinos também estão lá. E estão onde devem estar, como devem estar, e no momento que devem estar, no limite! E é assim que vou encontrado sempre motivos para continuar a caminhar, e acreditar …

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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