A quadra natalícia, o Natal,  e em particular o dia 24 e 25 de dezembro foram dias do ano (e da Vida!) que desde sempre vivi em meio rural. Na aldeia, no campo, em casa dos avós, em casa dos tios, em casa dos pais. Sempre, longe da urbe, da cidade. Foi assim que nasci e que cresci a olhar para o seu significado. O nascimento de Jesus é uma celebração de vida e de luz, que ‘pede’ reunião e união (familiar). No lar. Juntos. Todos juntos à lareira.

Fui educada a gostar (gostar muito!) do Natal. Lembro-me de quase chorar com o cair da noite no dia 25. Inicialmente, porque acreditava no Pai Natal, porque era a altura de receber aqueles presentes que tanto queria. Mais tarde, porque além de receber, era uma altura de confusão e agitação familiar (boa). Mesmo boa. Depois, chegou a altura de deixar de acreditar no Pai Natal, e perceber que além de receber, era também altura de começar a dar. Pois foi. Pois é!

O Natal não era (só) receber, o Natal era, e é, dar e receber, é a troca e é a partilha de ‘presentes’. Sejam eles quais forem. Mudou a leitura e o significado da época, como também foram mudando os natais. Menos confusão, menos agitação, menos reunião familiar. No entanto, a mesma magia. O Natal vem de dentro. Vem da forma como olhamos para ele. Não sei se é mais tradicional e mais bonito na aldeia, se é mais sentido no lar, se é melhor com muita gente, …. Eu vivi-o assim muitos e muitos anos, e guardo as melhores recordações. Queria tê-lo mantido nesse formato eternamente. Mas não pude, e não posso. E que bom, …

2018 chegou, como chegou o ano de viver o Natal na cidade, em Lisboa, bem longe da lareira. Talvez dos Natais mais mágicos de sempre. Não é onde, não é com quem, não é como,…, é porquê? Porque há motivos que ultrapassam tudo. Porque há vezes (muitas vezes) que é bom mudar. E isto de ser gémea, e esperar por duas sobrinhas gémeas (da irmã gémea), foi, e é a maior e melhor magia deste Natal. Mesmo pela capital!

 

 

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