Os campos e montes estão pintados de amarelo vivo, a flor da giesta brilha como se fosse o sol e contrasta com o verde dos pastos. É um quadro de rara beleza. É a natureza no seu estado mais puro. Bonita como nunca. Hoje, 1 de maio, o dia das ”maias” (giestas floridas) e dos ”maios” (os demónios). O dia em que, no mundo rural, se assinala o final do inverno e a chegada da primavera. Durante anos, e anos, os nossos antepassados celebraram-no de forma efusiva.

Eu lembro-me, e muito bem, de, no Norte, em Trás-os-Montes, passear pelas ruas e ver em cada porta, em cada portão e em cada cancela pequenos ramos de giesta florida (o bem!). Era para dar cor e vida às entradas, mas sobretudo para impedir a entrada dos – maios – (o mal!). Uma prática supersticiosa, que menos frequente, ainda se mantém nos dias de hoje.

Os maios, entidades nocivas, associadas também ao burro levam na região Norte e na região Centro, a que se guardem castanhas para se comer neste dia. Caso contrário, ao passar-se por um burro, este atira-se à pessoa e morde-a. Era ainda comum em algumas aldeias, juntarem-se raparigas para adornarem um menino, o ‘maio-moço’, que depois passeavam alegremente e em festa pelas ruas.

De norte a sul, são inúmeras as tradições e os rituais associados a este dia. Em comum, o rito da – fertilidade – para com o novo ciclo da natureza e o início de um novo ano agrícola. Assente, como sempre, na crença!

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