Visitei Cutelo num dia de primavera com muito de outono. Nevoeiro, chuva miúda, muita húmidade, frescura, e pouca luz, mesmo em pleno dia. Um mix de encanto e misticismo. Um time off a explorar a aldeia serrana de Terras de Bouro. Integrada na freguesia de Cibões e Brufe, Cutelo apresenta-se exposta num ponto superior, num ‘fim’ de via, de estrada secundária. Isolada e concentrada, a aldeia lá em cima! Num enquadramento feliz que agrega muito da vizinha serra Amarela e do vizinho Parque Nacional da Peneda-Gerês. Singular e bonita!

Chego, estaciono, e começo o passeio, a pé. Silêncio. Paz. Um casario em granito, típico, que onde a onde já revela manutenção. Casas arranjadas e recuperadas a intercalarem-se com cortes de gado, eiras, espigueiros vários. Fotografei-os. São identidades da região, como o são o gado bovino, que pastava nos lameiros e depois recolhia livremente às cortes. O mundo rural vivo e puro. Vi-o. Falei com uma local, uma senhora simpática, de sorriso fácil, que encontrei junto à Capela, a Capela de São Domingos do Cutelo. Estava nas suas lides diárias. Conheceu Cutelo muito diferente daquilo que é hoje, mas mesmo assim quis ficar. Água de nascente pelas ruas e ruelas, tanques de água. Água em abundância, transparente, fresca. A natureza alinhada na perfeição. Vida de aldeia saudável, com tempo. Agora, é voltar para percorrer os percursos perdestes que oferece. Expectativas elevadas. Caminhar, é o que está a dar!

 

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