Em Espinho, era impossível não fazer um time off numa das suas mais importantes e mais valiosas artes. Os Capela luthiers (fabricantes de violinos), ou simplesmente os famosos violinos Capela. Fui até lá, à oficina, na freguesia de Anta, para ver e perceber um pouco deste negócio que percorreu, e percorre, mundo.

Tudo iniciou em 1924, quando um jovem marceneiro da terra, Domingos Capela, consertou um violino do músico italiano Nicolino Milano, que actuava num dos casinos locais. O trabalho foi tão perfeito que Milano lhe entregou mais 7 violinos para consertar… No Porto, conheceu uma violoncelista que o convidou a consertar instrumentos de arco no conservatório de Música do Porto. A partir daqui nunca mais parou de trabalhar, mas sempre na sua oficina, em Anta. Na década de 60 foi distinguido em concursos internacionais, ao lado de grandes mestres. Faleceu em 1976, mas um dos seus filhos, António Capela, tinha já, garantido a continuidade da arte, através de formação no exterior. Seguindo as pisadas do pai, foi também ele reconhecido internacionalmente.

Hoje, é o seu filho, Joaquim Capela, a fazer o mesmo. Foi ele que me recebeu na oficina, e foi ele que me disse ”se quiser um violino, tem que esperar 2 anos”. ”Aqui é tudo manual, as peças demoram várias semanas a ser feitas, há muito detalhe. Os nossos materiais são todos importados. O violino tem que corresponder às expectativas do Cliente. Muito elevadas.” Enquanto o ouvia, ficava fascinada com cada uma das peças que preenchiam a oficina. Muitas e em vários estados. Maravilhosa tradição familiar que vai já na terceira geração, e sempre a dar música …

 

 

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