Ir até ao Barreiro em time off é desfrutar de um passeio rico e diversificado. É, sobretudo, viajar no passado de uma cidade marcada e privilegiada pela sua aproximação ao Tejo, uma das suas identidades mais fortes. Mas é também saborear a sua gastronomia. Passear e comer, a combinação perfeita. Fui até lá!

A visita

O dia começou – doce -, numa confeitaria local, a degustar um pudim de nozes do convento de Jesus de Setúbal. Que Maravilha! O melhor ‘pontapé’ de saída para um dia em cheio. A primeira paragem foi no antigo Complexo Real de Vale de Zebro, hoje, Escola de Fuzileiros. Objetivo, visitar o Museu do Fuzileiro. No passado, o complexo, gerido pela coroa, teve 27 fornos de cozer biscoito, armazéns de trigo, cais de embarque e um moinho de maré de 8 moendas. O moinho D’el Rei, o maior da região. Em conjunto com um em Lisboa asseguraram o fabrico de todos os biscoitos aos empreendimentos marítimos dos descobrimentos. Reedificado após o terramoto de 1755, mantém a fachada principal e as galerias de fornos no interior. Gigantes e bonitas. É lá onde está inserido o museu, e é lá que se conta a história e a evolução dos Fuzileiros em Portugal.

O passeio prosseguiu. Tive que conhecer aquele que é considerado o melhor e mais bonito miradouro sobre Lisboa, em particular, pelos Barreirenses. ”Não encontra em lado nenhum uma vista sobre Lisboa como a da avenida da praia”. Sou bem ‘mandada’, e sigo muitas das recomendações. Portanto fui ver. Mesmo a alguns km de distância da capital, é de facto uma panorâmica incrível.

A hora de almoço foi à mesa, num restaurante típico, a saborear um dos melhores pratos regionais. O arroz de frutos do Tejo à Mor. De ‘barriga cheia’, fui até ao Museu Industrial da Baía do Tejo. Património histórico-museológico que procura deixar vivo o legado do que foi um dos mais importantes complexos químico-industriais da Europa em meados do séc. XX. Todo um espólio daquilo que foi mais significativo na atividade da antiga Companhia União Fabril (CUF). O seu fundador, Alfredo da Silva, foi, como foi sua vontade, sepultado no então cemitério do Barreiro. Hoje, um espaço amplo, tipo ‘praça’, onde permanece e ‘ganha’ visibilidade o seu singular e distinto Mausoléu. Só. Passei por lá, como passei no Bairro do Operário. O que foi no passado o bairro da família CUF. Muito da sua estrutura, mantém-se. São extensos blocos de moradias todas iguais, rés-do-chão,…, donde sobressai a Torre do relógio. O coração do bairro. Há ainda a destacar um bonito mural do Vhils a ‘cercar’ o bairro e perpetuar a sua memória. Lindo.

A despedida foi a visitar o Moinho de Maré Pequeno. Um espaço criado recentemente para partilhar o passado moageiro do concelho. Muito significativo. E assim se caminha para o futuro, a conhecer bem o passado…

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