No concelho de Penacova, na freguesia de Lorvão, e de acordo com relatos de cronistas monásticos, fundou-se no séc. VI o Mosteiro de Lorvão. No entanto, os documentos escritos mais antigos e fidedignos apontam para a data da primeira reconquista cristã, 878. Independentemente do século ou do ano de fundação foi um importante mosteiro e centro de produção de manuscritos iluminados no século XII. Teve também abades que se converteram em figuras de primeiro plano. Há uma longa história e há vários períodos de fervor religioso a envolver a sua existência. Monumento Nacional de grandiosidade e imponência significativa, foi dos time off mais surpreendentes de sempre.
A visita
Cheguei a Lorvão, cheguei ao mosteiro. Num ponto inferior e quase secreto, protegido, é todo um espaço monumental! A dar as boas-vindas, a zona conventual a partir com um espaço ajardinado com vista para o zimbório da igreja. Expectativas elevadas!
Fundado por monges dedicados aos mártires S. Mamede e S. Pelágio, assiste, em 1205, a uma profunda reforma com a criação da primeira comunidade feminina da Ordem de Cister em Portugal. Operada por D.Teresa, rainha de Leão, que juntamente com a sua irmã, D. Sancha têm os restos mortais na capela-mor da igreja. Vi-os, túmulos incríveis em prata. Destaque para a porta de entrada em pau preto, linda. A separação entre a igreja e o coro é uma grade de ferro com aplicações em bronze. Única no seu género no país. Destaque para o órgão que se ergue sobre ela. Singular, concentra muito do estilo delicado rococó. Mas o ponto alto da visita foi sem dúvida o cadeiral do coro. Pela espiritualidade dos santos esculpidos sobre as cadeiras, pelas máscaras na parte inferior dos assentos, e pela quantidade. Muitos.
Também visitei a sacristia, a sala tesouro, a sala do capítulo, e o – claustro -. Um espaço intervencionado recentemente que mantém detalhes e significados do passado. A melhor forma de me despedir … em comunhão com a Natureza, e a céu aberto!