Visito inúmeras igrejas. Já lhe perdi a conta. Praticamente não há time off sem uma visita a um templo religioso. Seja ele recente, seja ele antigo. Seja ele pequeno, seja ele grande. Independentemente da fé, é a arquitetura, o estilo, a construção, a história, o ”recheio”, as cores, as peças, a história, o contexto da obra que me levam até lá. É importante conhecer, e ver, os espaços de culto, como espaços de conhecimento, de cultura, e arte. Em Lisboa, parei nas 6 igrejas mais bonitas da capital.

1. Igreja de Santa Maria de Belém

Visitar a Igreja de Santa Maria de Belém, é visitar o Mosteiro dos Jerónimos. A igreja faz parte do mosteiro. Em Belém, de frente para o grandioso Rio Tejo, apresenta-se sob uma entrada também ela grandiosa. De planta em cruz latina, é composta por três naves à mesma altura. É uma igreja salão! Gigante.

Os túmulos de Vasco da Gama e de Luís de Camões também estão lá, à entrada. Ambos do séc. XIX, e do escultor Costa Mota. Destaque para os confessionários e os janelões decorados com vitrais da autoria de Abel Manta. Obras singulares. É preciso tempo para a visitar. Há muito detalhe, há muito trabalho para observar.

Pode saber mais sobre o time off ao Mosteiro dos Jerónimos, em Mosteiro dos Jerónimos – Maravilha(s) de Portugal

2. Igreja do Convento da Madre de Deus

É na zona oriental de Lisboa, em Xabregas, no Convento da Madre Deus, atualmente, grande parte do espaço destinado ao Museu Nacional do Azulejo, que se apresenta a Igreja do Convento da Madre de Deus. Mandado construir pela Rainha D. Leonor em 1509 sofreu trabalhos de restauro e conservação significativos ao longo de séculos. A estrutura inicial ficou quase destruída com o grande terramoto de 1755.

A igreja, lindíssima, alberga um interessante Portal Manuelino com os brasões do rei D. João II e de D. Leonor. O corpo da Igreja data já do séc. XVIII, e encontra-se revestida por azulejos barrocos azuis e brancos e decorada com talha dourada. Uma junção riquíssima e feliz. É o coração, e a vida, do templo.

Pode saber mais sobre o time off ao Museu Nacional do Azulejo, em Visita ao Museu Nacional do Azulejo – Uma marca de Portugal

3. Igreja de Santa Catarina

É em pleno centro de Lisboa, na Calçada do Combro, e na freguesia com o mesmo nome, Santa Catarina, que se ergue a Igreja de Santa Catarina. A também conhecida Igreja dos Paulistas, uma vez que a Ordem Eremita de São Paulo ali se acolheu, no séc. XIX.

A sua beleza é o todo, o interior e o exterior, em particular a posição estratégica, discreta, e privilegiada que tem sobre a cidade, e alguns dos seus mais populares bairros. De um lado o Bairro Alto, e do outro lado S. Bento. É uma zona nobre de Lisboa. É, talvez, onde se situa a maior densidade de edifícios apalaçados da capital. A sua arquitetura, está à altura do porte e da beleza dos edifícios que a rodeiam, passando quase despercebida como templo religioso para quem ali passa.

4. Igreja de São Paulo

É no largo de São Paulo, numa zona histórica da capital, a poucos metros do concorrido e conhecido Cais do Sodré, que se apresenta a bonita Igreja de São Paulo. Mais uma igreja lisboeta  reconstruída sobre uma anterior, devido ao forte terramoto de 1755.

As obras de reconstrução, de acordo com o projeto do arquitecto Remígio Francisco de Abreu, seguiram o traçado típico do Convento de Mafra. Obra grandiosa, portanto. A arquitetura é caraterizada por uma nave única de planta longitudinal, duas torres sineiras quadrangulares, capela-mor rectangular, e oito capelas laterais. Visitei-as. As pinturas do interior, lindas, estão atribuídas a João Grossi e a Pedro Alexandrino de Carvalho, e as do tecto da nave a Jerónimo de Andrade. Notáveis, e carregadas de significado. Mensageiras!

5. Igreja da Encarnação

É no mítico largo do Chiado que se pode encontrar a Igreja da Encarnação, em frente à famosa Igreja de Nossa Senhora do Loreto. Inaugurada em 1708, foi edificada por ordem da Condessa de Pontével, D. Elvira de Vilhena, demolindo-se então parte da Muralha Fernandina do séc. XIV e uma torre de vigia. O conjunto destas duas Igrejas estabelecia, então, uma das nobres portas da cidade.

Com o terramoto de 1755, o templo viu-se ”forçado” a ser restaurado e alterado, de acordo com o plano do arquiteto Manuel Caetano de Sousa. A fachada é um estilo Neoclássico conjugado com diversos elementos tardios, e dispõe também de interessantes imagens de Santa Catarina que faziam parte da antiga porta medieval. É difícil passar sem querer entrar.

6. Basílica da Estrela

É em frente ao jardim da Estrela, um dos jardins mais ”in” de Lisboa, que se situa a basílica da Estrela. Uma estrutura composta por uma igreja e um antigo convento de freiras carmelitas. Identifica-se ao longe, pela grande, e elegante, cúpula branca, e é uma versão simplificada do convento de Mafra, em estilo neoclássico e barroco. Espetacular! A sua grande fachada está ladeada por duas torres gémeas, decoradas com estátuas de santos e alegorias. É dos templos religiosos mais visitados da capital.

Foi construída em resultado de um voto da rainha D. Maria I, que no dia do seu casamento com D. Pedro, prometeu erguer um convento se tivesse um filho. Teve-o, um rapaz, mas com o terramoto de 1755 deu prioridade à reconstrução de Lisboa, adiando a promessa. Portanto, as obras só começaram em 1779, sob a direcção do arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, depois substituído por Reinaldo Manuel do Santos. É uma das estrelas mais bonitas da cidade.

Pode saber mais sobre o time off ao Basílica da Estrela – um miradouro estrela!

 

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