Ainda por Freixo de Espada à Cinta e pela freguesia/localidade de Poiares, localizada a cerca de 8 km da vila, tive que conhecer e explorar a Calçada de Alpajares. Monumental natureza. Monumental património. São cerca de 6 km da aldeia até lá, numa viagem que se torna espetacularmente bonita no último km. É possivelmente dos cenários mais bonitos que podemos encontrar. Uma natureza agreste-selvagem e escarpada. São as verdadeiras arribas do Douro, num mix de fauna e flora que ninguém passa indiferente. Mas há, ali, mais património, mais monumentos. Muitas razões para ficar a desfrutar, a fotografar, e a comunicar com a mãe natureza.

Estacionamos o carro num pequeno largo que se apresenta como o coração e o centro da monumental natureza que rodeia a Calçada de Alpajares. Mesmo antes de partirmos para a calçada, um pombal tradicional no cimo do monte convida-nos a ir até lá. Poucos metros ao lado, uma necrópole. Duas sepulturas escavadas na rocha. Teriam sido seladas com tampa ou simplesmente cobertas com pedras e terra. Representam importantes testemunhos arqueológicos, com uma amplitude cronológica entre o séc. VIII e o séc. XI. Metros mais abaixo vestígios daquilo que teria sido um castro. Um pequeno reduto castrejo de área arredondada. Da muralha subsistem ainda alguns lanços, principalmente junto da Calçada de Alpajares.

Depois, foi descer a calçada. São cerca de 800m de comprimento com pelo menos 28 curvas, num enquadramento de sonho. Construída de seixos rolados de quartzo e de quartzito espetados na terra e bem ajustados entre si, divide-se em patamares de diversos tamanhos separados por pequenos degraus, numa largura entre os 1,50m e 2,40m. É uma caminhada maravilhosa, que pode ser acompanhada por vários grifos que voam bem próximo em movimentos espetaculares… E verdadeiramente espetacular é todo o contexto em que esta calçada se insere…

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