Percorrer a Linha do Corgo é explorar uma extensão de caminho-de-ferro de cerca de 70km. Inaugurada em 1906 e desativa na totalidade em 2010, uniu Chaves à Régua, na companhia, quase sempre, do Rio Corgo. É, sem dúvida, das linhas férreas mais bonitas que conheço.

Leva-nos numa viagem incrível, desde o encantador Alto Tâmega, até ao espetacular Douro. Decidi dividir esta ”exploração-viagem”, e comecei pelo fim, e portanto Vila Real-Régua, 20km de um percurso pedestre maravilhoso.

Caminhada

É uma caminhada paisagística! É para os apaixonados por paisagem, paisagem património (Património Mundial da Unesco, desde 2001). E é a partir dos 4-5km, e depois de já termos deixado para trás Vila Real, que o percurso começa a ganhar todo o seu encanto. Quando do nosso lado direito, e entre montes acentuados, se apresenta um vale fundo e largo, preenchido, principalmente, de vinha e olival…Queremos parar e ficar ali. São várias centenas de metros num incrível miradouro. E depois, são as primeiras estações a aparecer – Cruzeiro, Carrazedo e Povoação -. Todas a remeter-nos para casinhas de brincar …

Lá em baixo, corre o Corgo, e onde a onde umas escarpas e mato denso coberto por azinheiras e sobreiros. Chegamos aos 10 km, e é a mãe natureza no seu esplendor. Mais à frente, uma grande povoação distribui-se em encosta para o rio, é a aldeia de Alvações do Corgo. É fotografar sem parar. É por aqui o ponto alto do percurso, entre os 10-15km. Seguimos caminho, estamos a chegar. A terra e paisagem duriense continuam a acompanhar-nos, o rio Corgo também, e há ainda duas estações – Tanha e Corgo -, antes de chegarmos ao DOURO, ao rio. O percurso começa a ficar mais apertado, a linha muito coberta de vegetação, mas chegamos. O espírito é ir! O prémio é o caminho!

 

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