Bali, sozinha

Viajas para Bali um mês. Tens como única companhia malas, tecnologias e um PDF de algumas páginas com o programa. Soa a aventura? Sim, e foi! Tentei salvaguardar alguns mínimos de segurança (está claro!) que começaram logo com a hora de chegada – noturna -. E isto de andar à noite não é como andar de dia, muito menos onde não se conhece, do outro lado do mundo, numa ilha, sozinha e mulher!

Achei que devia pernoitar não muito longe do aeroporto. Solicitar transporte a partir do hotel (reduzir o risco) e como passar na capital faz sempre parte decidi passar três dias em Denpasar (mesmo consciente que não era um retrato de ‘Bali’).

Chegada, Denpasar

Os primeiros dias correram bem, as expectativas também não eram muitas (risos). Um hotel acolhedor e arranjado com  uma piscina ótima e um belo jardim (mas isso não era o mais importante para o time off). Uma cidade caótica, com dezenas de carros e motas na mesma faixa de rodagem e sem regras. Mas no meio daquilo tudo – entendiam-se, ajudavam-se e respeitavam-se -.

A praia mais próxima, gigante e muito movimentada não me seduziu, não era o que procurava, mas não tinha que ser. – Denpasar não era um ponto a passar -.  A envolvente, essa já era interessante: cafés, restaurantes e lojas construídos em bamboo. Balineses vestidos a rigor reunidos nos seus templos e pessoas sorridentes e simples, indícios de que iria valer a pena.

Tsunami, pânico

Calmamente sentada em frente ao computador a planear a próxima paragem (no dia seguinte) começo a ler – terramoto de 7,9 abala a Indonésia, alerta de TSUNAMI -. Notícia que já estava a passar em vários media. Fiquei paralisada! Sim, vi o filme Impossível e portanto fiz logo o meu (risos). Ainda sem sair do quarto e passados poucos minutos recebo uma chamada da minha irmã (em pânico). Pede para que não saia do hotel. Pânico no plural nunca ajuda e porque de facto era mesmo o que se passava. Disse ‘aqui está tudo normal, como se nada fosse, não percebo essa notícia, nem sei se isso tem algum fundamento, dá-me uns minutos que vou ver …’.

Embora estivesse tudo normal, eu não estava (‘daqui não me safo, isto vai tudo pelos ares, já não dá para fugir, o hotel não é muito alto, isto vai ser cada um por si, vim morrer longe, … ). Simultaneamente ia recebendo mensagens de amigos a questionar o que se passava. Tudo a ajudar (risos)! Em cinco minutos estava na receção do hotel. Pedi para chamar por um responsável, porque ali, receção, restaurante e piscina estava tudo igual à meia-hora atrás. Na minha cabeça continuava a rodar o filme – Impossível -.  Rapidamente ouvi o que queria ´Bali não registou terramoto, muito menos pode estar sob ameaça de tsunami’. Impossível mesmo era ter uma notícia melhor!

 

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