Conheço várias romarias. Cresci a frequentar algumas delas. No âmbito da fé e crença são eventos únicos! Gosto de assistir e participar na dinâmica e autenticidade que envolvem. A romaria, a ida até ao santuário para a celebração religiosa, seja para agradecer, para pagar promessas, por devoção, ou simplesmente curiosidade faz parte das tradições mais fortes e mais vivas do nosso país. ‘Arrastam’ multidões. Em time off, fui até uma das maiores e mais respeitadas da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, a romaria de – Nossa Senhora da Pena -!
O santuário localiza-se na localidade de Mouços, concelho de Vila Real. No entanto, a romaria realizada no segundo domingo do mês de setembro, agrega 11 das 20 aldeias da freguesia, que se vão alternando e responsabilizando, ano após ano, pela festa. Fui durante a tarde para ver a singular e majestosa procissão. O maior atrativo da romaria. São andores gigantes levados em ombros por vários Homens, muuuuitos, que impõe respeito mesmo para quem os vê de longe. O maior, e principal, que leva a Nossa Senhora da Pena, chega a ter mais de 20 metros em altura, e é carregado por mais de 100 homens. São cores vivas, muita arte no adorno, e é o santo(a), a figura e todo o significado da romaria quase invisível lá em cima. Um contraste gigante! Vi-os de perto, procurei emoção. Homens colados uns aos outros, ombro a ombro, a movimentarem os pés separados por milímetros. Cordas várias a ser puxadas para auxiliar no equilíbrio. Várias centenas de pessoas a ver, a movimentarem-se e a ‘sofrer’ com eles, os andores. Pessoas e andores, tudo e todos numa ‘luta’ constante e emocionante pelo equilíbrio.
Valeu a pena ir lá, estar próximo, sentir a emoção, a fé e a crença de quem carrega aqueles andores. Não há força maior no mundo, que a força de acreditar! E foi essa força que carregou toneladas de peso e significado, e que os levou até ao fim, num FINAL FELIZ!