Na região do Tâmega, no concelho de Felgueiras, decidi fazer um time off turístico-cultural em espaços de culto. Fui conhecer 2 igrejas de estilo românico que integram a valiosa e diversificada Rota do Românico. A Igreja de Santa Maria de Airães e a Igreja de São Vicente de Sousa, ambas, classificadas como Monumentos Nacionais. Localizadas nas freguesias de Airães e na União das Freguesias de Torrados e Sousa, respectivamente. Cerca de 8 km separam uma da outra.
Santa Maria de Airães
Considerado um belo exemplar de arquitectura românica, apresenta também outros estilos arquitetónicos. O seu estado atual não representa a data de fundação da Igreja (séc. XI), uma vez que conheceu sucessivas transferências, e sofreu sucessivas e significativas alterações. Foram introduzidos vários elementos com inspiração gótica, e mais tarde, alguns respeitantes ao movimento barroco. Circulei-a por fora, e fui lá dentro. Três naves, uma capela-mor revestida com painéis azulejares e talha dourada no sacrário. A visita a uma igreja que foi uma importante comenda das Ordens Militares de Malta.
Despedi-me a olhar para a torre sineira, onde estava içada uma bandeira com as cores da paróquia, azul e branco. Hasteada desde o dia em que foi anunciado o juiz das festas em honra de Santa Maria de Airães, o próximo 15 de Agosto. Agora é voltar para a festa!
São Vicente de Sousa
É mais um exemplar de arquitetura religiosa românica que integra outras correntes. O estilo barroco está presente na decoração interior, e há vários elementos correspondentes a épocas e estilos distintos. A própria torre sineira, localizada a sul, poderá corresponder à sua estrutura medieval original. No entanto, também estão incorporados na sua construção remates posteriores. Visitei o seu interior, definido por uma nave com dois retábulos laterais e um teto em madeira de perfil curvo. Bonito! Mas mais, intensos e vivos caixotões no teto da capela mor. Incríveis!
Depois, saí, e circulei o espaço exterior. Destaque para um nicho em arco, de função funerária, que poderá ser o exemplar mais antigo no país. E ainda o cemitério medieval, que terá seguido a construção da própria igreja. Era uso das populações enterrarem os seus mortos ao redor das igrejas. Terreno sagrado. E foi de lá que me despedi. Do ‘melhor’ dos terrenos.




