A Igreja dos Congregados guarda e ‘reclama’ no seu interior restos mortais do único papa sepultado fora do Vaticano – São Clemente I -. Sabia? Eu (também) não. Embora muita da informação e o próprio Vaticano remeta a sua sepultura, só, para a Necrópole Vaticana. Há dados e factos que a contrariam. São particularidades e curiosidades únicas dos nossos monumentos e da nossa história que parecem guardadas a sete chaves. Mas não estão, estão lá para toda a gente ver. E eu fui até lá!
A igreja, de 1703, passa despercebida porque está numa das zonas mais movimentadas da cidade invicta, bem no centro do Porto, na Praça Almeida Garret. A poucos metros da estação de São Bento, de frente, e da Avenida dos Aliados, na lateral. Visíveis, para quem gosta de olhar o céu (lá para cima), sobressaem, na fachada, azulejos e vitrais. Maravilhosos.
Lá dentro, ao fundo e na lateral, o retábulo dedicado ao Papa – Santo, S. Clemente. Coberto em talha dourada, tinha mais ‘adornos’ que os restantes. Portanto, foi fácil de identificar onde estaria a relíquia e o segredo da igreja. O motivo do time off. Mais próximo, começo a perceber que entre os adornos estavam pequenas ossadas humanas. Seriam, são, alguns dos restos mortais de São Clemente.
São Clemente I
Foi o quarto papa do Cristianismo da Igreja Romana (entre 88 e 97), e foi considerado o primeiro Pai da Igreja Apostólica Romana por ter defendido publicamente o sistema religioso através da hierarquia sacerdotal e rituais dogmáticos. Um cargo que assumiu, mesmo sabendo do perigo que representava. Era uma época de muitas e intensas perseguições aos seguidores de Cristo. Foi também autor da célebre carta aos Coríntios, animando-os a perseverarem na fé e na caridade ensinada por Cristo, e participarem da união com a Igreja. Restabeleceu o uso do crisma, e instituiu o uso da expressão “amén” nos ritos religiosos.




