Fui até ao Convento de Balsamão, talvez o mais bonito de todos os conventos ativos no país. Da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, a sua beleza não é a obra em si, até um pouco incaraterística, mas o todo. Em Trás-os-Montes, na freguesia de Chacim, município de Macedo de Cavaleiros, e no cimo de uma colina no mais puro e natural Nordeste Transmontano, assim se apresenta o monumento. Uma chamada clara ao – bem -.
A visita
Demorei cerca de 15 minutos da cidade até lá, ao também chamado Santuário de Balsamão. Uma viagem calma e tranquila. E a perceção clara que me deslocava para um – retiro -. Conduzi até lá em cima, numa estrada tipo espiral. Enquanto isso admirava e fotografava cada uma das oito capelas com os passos da Via Sacra. Lindas! Já lá em cima, a igreja, os dois claustros, o espaço museu e um miradouro natural sobre campos, pomares, vinhedos, prados, oliveiras e belos carvalhos. Fiz a visita completa e tive vontade de ficar! Inserido no convento, há também uma hospedaria, a – Casa de Retiro e Repouso -. Um espaço que recebe e convida os hóspedes para a contemplação e a participação nas orações diárias da comunidade.
A lenda
A origem do santuário está associada a uma lenda. Durante a ocupação do território pelos muçulmanos as noivas eram forçadas a passar a noite de núpcias com o emir. No entanto, um dia, os cristãos locais revoltam-se e combatem as tropas. Com a batalha quase perdida, aparece uma misteriosa senhora (a Virgem Maria) a sarar os cristãos feridos com bálsamo. O emir foi morto e as tropas fogem. E o povo festeja a Nossa Senhora de Bálsamo na Mão. A protetora do lar, a padroeira de noivos e a divina enfermeira.
Acredita-se que no séc. XVII já existiria quem tomasse conta do santuário, mas foi em 1754 com a chegada do frei Casimiro que a comunidade ganhou força. Em 1834 com a expulsão das ordens religiosas entrou em ruínas, tendo sido readquirido pela ordem um século mais tarde. Hoje, só uma pequena comunidade de padres e frades ali subsiste. No entanto, com uma grande e louvável missão – manter ‘vivo’ o monte de Balsamão -.