Na região de Barcelos o barro é rei! É a sua identidade social e cultural. A produção de louças de barro contribuiu desde muito cedo para a subsistência de muitas das suas gentes. Famílias inteiras, de geração em geração, viveram da arte de modelar o barro. Quis conhecer esta riquíssima tradição cultural, que menos ativa, continua Viva. Mais que a Cultura e o Património de um concelho, é o seu valor para a ‘marca’ país. Portugal!

Fui até ao centro da cidade, ao Museu de Olaria, o melhor e o mais ajustado espaço de partilha e de conhecimento nesta matéria. Com mais de meio século de existência, e depois de ter tido outras designações, e outros locais, apresenta-se como um centro dinamizador de cultura, de educação e animação. Fui até lá. Expectativas elevadas!

Chego, e percebo que há um acervo composto por mais de 9.500 peças. Peças distribuídas por diferentes exposições, de diferentes dimensões, de diferentes épocas, e peças de diferentes artistas. Vi-as a todas. Quase todas, não as contei. Destaque para: i) a exposição permanente – Olaria Norte de Portugal -. Peças de louça utilitária e decorativa que permitiram uma maravilhosa viagem pelas tradições seculares da olaria do norte do país; e ii) a exposição temporária – O Figurado -. Talvez a mais incrível e mais espetacular de todas. Onde demorei mais tempo. É a partilha de histórias que nascem da criatividade dos barristas e da sua habilidade em modelar o barro. São cores vivas e intensas em representações do quotidiano e algumas figuras ‘estranhas’ do imaginário. Bonitas.

Este museu, lindo de ‘morrer’, é certamente uma das melhores e mais justas formas de perpetuar a memória de quem iniciou esta arte, e simultaneamente apoiar aqueles que lhe dão continuidade … Maravilhoso time off!

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