Visitar Barcelos e conhecer a sua principal identidade, focada na arte de moldar o barro nas suas diferentes vertentes, é também ir ao ‘terreno’. Isto é, é ir até junto dos artesãos. Aqueles que mantêm viva esta tradição e particularidade da região, e do país. É ir junto aos artistas! É ver a arte ao vivo e a cores. E assim foi. Um time off na Cerâmica João Coelho da Silva. Uma pequena cerâmica de cariz familiar (7 colaboradores), na freguesia de Areias de São Vicente.
Fui recebida pelo proprietário e fundador, João Coelho da Silva, e pelo filho, que de uma forma simpática ‘abriram’ as portas do espaço e de todo o historial que envolve a única cerâmica certificada do concelho na produção de louça regional. Lá dentro, muita louça, em diferentes estados, em diferentes áreas. Uma variedade, de cera de 150 modelos distintos (incluindo tamanhos), focada sobretudo nas assadeiras, nos assadores de chouriço, louça de forno e de mesa. Os produtos mais procurados e vendidos.
E por lá, em várias peças, a marca, o carimbo – Portugal -. Bonito! Em todo o processo de fabrico destaque para isso, a escrita, e o desenho de pequenos elementos geométricos. O que mais gostei de ver. Quase todos associados a ramos, a galinhas, a peixes,…, ao mundo rural. Desenhados com engobe branco sobre o barro vermelho por mulheres (as pintadeiras) com uns objetos incríveis (as marcadeiras). É tudo manual. Cada linha, cada elemento. É peça a peça. Um incrível trabalho de precisão e de paciência, que torna cada peça única. Maravilhosa arte, maravilhosas mãos!