A percorrer o Norte Transmontano, terras alfandeguenses, decidi visitar Sambade. Um time off numa aldeia preservada do ‘nosso Portugal’, sede de freguesia, e a maior povoação do concelho. Foi fácil chegar lá. É atravessada por estrada nacional, e o percurso é rico e diversificado. Por um lado, campos agrícolas férteis, trabalhados. Por outro, a natureza pura da Serra de Bornes. Território vivo!

Chego e deparo-me com o seu elemento patrimonial de referência, a Igreja Matriz,  do séc. XVIII. No entanto, o património religioso não se esgota aqui. A circular pelas suas ruas vi que há também várias capelas. Gentes de fé! Não estivesse o topónimo da freguesia relacionado com uma figura religiosa que ali viveu. Importante. Em tempos, Sambade foi mesmo uma das maiores abadias da região.

Hoje, com cerca de 400 residentes, mantém ainda muito daquilo que foi no passado. Vive-se principalmente da pastorícia e da agricultura, com destaque para a produção de castanha. Mas, a sua principal riqueza foi, e é, a produção de lã, de linho e de seda. Bem patente no Centro de Interpretação do Território. Um espaço de partilha e conhecimento, baseado na figura do pastor. Preparado para permitir a cada visitante ver, ouvir e sentir elementos da pastorícia e da natureza. Mas há também uma sala etnográfica preenchida de peças do dia-a-dia das gentes da aldeia. Um retrato da riqueza histórica e cultural de Sambade. Despedi-me na Sala Território. Onde está em exibição, uma bonita e singular exposição, a – avó maria, enfeites para ovelhas -. Linda. Final feliz!

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