Na cidade de Odivelas, decidi fazer um time off em alguns dos seus muitos pontos de interesse. O tempo não era muito, portanto foi necessário filtrar e organizar bem o roteiro, o passeio, focado na vertente religiosa.
Visita
Um dia de primavera, luminoso e quente, que iniciou no centro histórico. Onde se concentram várias atrações e onde a arquitetura das casas é, ainda, pitoresca. Casas baixas, na sua maioria, com uma porta e uma janela. Depois, o Mosteiro de São Dinis e São Bernardo (da Ordem de Cister), fundado em 1295 pelo rei D. Dinis, é Monumento Nacional. Só visitei o exterior, pois há obras de restauro no interior. É uma identidade da cidade, e reza a lenda é obra do pagamento de uma promessa a São Luís, quando, numa caçada o rei consegue sobreviver ao ataque de um urso. Com várias intervenções ao longo do tempo, da sua origem restam alguns troços dos claustros e a cabeceira da igreja.
Ainda no âmbito religioso, visitei a Igreja Matriz. O acesso ao templo é uma dupla escadaria seiscentista. Linda. Lá em cima, um cruzeiro de 1626 e uma vista próxima sobre a cidade antiga. Bonito. O ‘nosso Portugal’! Lá dentro, uma ornamentação rica e variada. Destaque, na sacristia, para um lavabo de mármore de 1573 com uma nau esculpida. E foi precisamente a partir daqui, da igreja, que decidi a despedida. O Padrão do Senhor Roubado! Datado de 1744 e localizado à saída da Calçada de Carriche a sua construção deve-se a um roubo à igreja de Odivelas, em 1671. Um acontecimento com um impacto gigante. A região ‘parou’ para encontrar os objetos e o ladrão. Encontradas peças e autor do crime a condenação concretizou-se em praça pública com a amputação das mãos ao criminoso, e depois, a queima do corpo. Ali, onde hoje muitos fiéis se deslocam, terá sido onde as peças do Senhor (da igreja) foram escondidas. O monumento foi criado para perpetuar a memória do acontecimento e retratar (e muito bem) o sucedido. É isso que está no grande paredão de azulejos. As cenas do roubo com as respetivas legendas. Que rico passeio!