Fui até ao coração da cultura taurina em Portugal. Um time off na bonita e simpática cidade de Vila Franca de Xira. Fui viver o campo na cidade.

Caminho pedonal ribeirinho

Estacionei o carro junto à majestosa e centenária Praça de Toiros Palha Blanco, uma das identidades fortes dos Vila-franquenses. Monumental. A poucos metros o parque urbano convida a entrar e seguir o caminho pedonal ribeirinho. Obrigatório! Um convite a uma leve e fabulosa caminhada, na companhia do Tejo, ali ao lado.

Parei na Fábrica das Palavras, a Biblioteca Municipal. Um edifício singular, de arquitetura moderna, que oferece as melhores condições para se viajar no mundo dos livros. Lindo! No cais alguns barcos varinos pintavam o Tejo. A marina, vizinha, estava preenchida de vida e ‘protegia’ o jardim Municipal Constantino Palha. O sossego, o silêncio e o melhor da natureza arranjada. Sempre. O caminho ribeirinho continuava, mas eu quis voltar a ‘entrar’ na cidade. E entrei em grande, através da estação de comboios. Um dos edifícios mais particulares, devido ao conjunto de painéis de azulejos que o cobrem. Motivos da terra e das suas gentes. Encantador.

Museus

No Museu Municipal duas exposições partilham cultura e arte: i) Memórias da Chapelaria Porfírio – o acervo daquela que foi uma das casas mais icónicas de Vila Franca de Xira; e ii) Júlio Pomar: imagens da tauromaquia – um espólio de  gravuras e pinturas daquele que foi um dos seus temas de eleição. ”A Tauromaquia, com os seus personagens e episódios (cavaleiro, picador, a pega, a colhida) e os seus atos sociais (a largada, a espera), … é trabalho, é festa do povo e é espectáculo.”

Próximo, o Museu do Neo-Realismo. Um novo olhar sobre o movimento neo-realista e as suas diversas expressões artísticas. A partilha do Saber. Acolhe, além da exposição permanente exposições temporárias. Atualmente, i) um edifício, muitos museus – Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo; e ii) cosmo/política – quando as máquinas param.

Mais alguns metros, e junto à Igreja Matriz, numa zona histórica da cidade, na Travessa do Alecrim, a Casa-Museu Mário Coelho. Visitei-a! Trata-se da casa onde nasceu e cresceu Macário Coelho, considerado pela crítica, um dos melhores matadores de touros de sempre. Lá dentro, uma viagem real pela sua rica carreira. Respeito.

Despedida

Depois foi regressar ao carro – devagar -. Caminhei pelas ruas, pelas travessas. Passei no centro, na praça Afonso de Albuquerque, onde se ergue a meio um distinto pelourinho manuelino. Passei no Mercado Municipal. Bonito! Pela cidade há marcas, há peças, há estátuas e há esculturas a perpetuar o passado de Vila Franca de Xira. Muito enraizado no envolvimento com o campo …

Deixe um comentário