Pinheiro da Bemposta, em Oliveira de Azeméis, foi vila e sede de concelho, de 1514 até 1855, por foral de D. Manuel I. Hoje, é vila e está integrada na União das Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz. Uma vila-povoação importante, ‘carregada’ de histórias e património. Fui até lá, num time off histórico, em ambiente rural. Fui à Bemposta!

Bem posicionado, Pinheiro da Bemposta, beneficiou de uma via militar Romana que a atravessou, que integrava a Estrada Real, ligando as cidades mais importantes do reino. Conta a tradição que, a origem etimológica do nome, – Pinheiro – deriva de um grande pinheiro que existia junto à antiga estrada, debaixo do qual os passageiros descansavam. O nome – Bemposta – provém da sua airosa e elevada posição, de onde se vê a Ria de Aveiro.

Visita

Fui até ao centro histórico da Bemposta. Foi lá que andei. É lá que se concentra um dos mais belos e genuínos centros históricos da região. Um conjunto de casas senhoriais, de famílias nobres, construções típicas dos séc. XVII e XVIII, que preenchem a rua principal. A Rua de D. Manuel I. Entre casas em bom estado, como a Casa de S. Gonçalo com o imponente portal barroco (a verde intenso), há casas que se foram deixando apoderar pelo tempo. É delas exemplo, a Casa do Arco. Há, em todas elas, apontamentos e detalhes particulares de grandeza.

Ainda no início da rua, entrada norte, é de destacar a Fonte da Bemposta. Caracterizada por duas bicas, um lavadouro público e uma presa para águas de rega, beneficiou recentemente de significativas obras de requalificação. Enquadrada num ambiente fresco e verde, representa um importante elemento patrimonial no passado da vila.

A ‘força’ administrativa que terá tido fica a meio da rua. Um núcleo que integra o: i) antigo edifício dos Paços do Concelho ou Casa da Câmara, séc. XVII, onde se situavam as repartições públicas e a cadeia; e ii) Pelourinho, séc. XVI, que representou durante mais de três séculos a independência e o poderio das terras da Bemposta. Imóvel de Interesse Público. É também por aqui que marcam presença os dois únicos templos religiosos do lugar. A capela de S. Gonçalo e a capela de S. Sebastião (esta, dedicada ao culto público). Passear por aquela rua, é também conseguir imaginar aquele ambiente, marcadamente rural e sossegado (sons da natureza), noutros tempos, com outro dinamismo, com outra importância, …

Já a sair de Bemposta, passei pelo Largo da Malha. Onde, recentemente foi construído um monumento que perpetua a memória de um largo. Era se ali que se reunia a comunidade para jogar, ver jogar e sociabilizar durante o jogo da malha. Mais à frente, e ainda na freguesia, num cruzamento de estradas, o único Monumento Nacional do concelho. O Cruzeiro de Pinheiro da Bemposta. Há, vários motivos para nos fazer ir até lá. É ir!

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