Mudança de Vida

Depois de viver vários anos em Lisboa, vários meses em Londres, voltar à ‘terra’ não é difícil. Mas também não é o melhor do mundo, mesmo quando é uma decisão voluntária. Tem muito que se lhe diga. Isto de gostar de desafios tem o seu preço, e que preço! Sim, vais do 8 para o 80 e do 80 para o 8 num ápice, e queres que tudo se mantenha na mesma, impossível!

A viagem

Passados alguns meses na ‘terra’ impossível foi mesmo não pensar em tirar vantagem do time off para fazer uma viagem. Uma viagem só para mim, longe de tudo e diferente. Queria um formato virado para o wellness, para a espiritualidade, relacionado com artes, com a vida simples, … Não fiz muita pesquisa, nem precisei de muito tempo. Bali foi logo eleito o melhor destino (ainda por cima com sol, muito sol, e mar, muito mar), reunia tudo o que procurava, mas sabia muito pouco ou quase nada sobre a ilha (era só informação genérica e via net). Talvez se procurasse um pouco mais iria encontrar outros destinos a reunir o mesmo (risos). Mas foi bom ter parado por ali!

A aventura

Como não costumo ficar pelas metades, achei logo que devia ir num time off de dois meses. Não queria pressão na agenda, queria envolver-me com a cultura local, queria viver o espírito e a ilha. Construí o tour à minha medida e sozinha. Defini os vários sítios onde queria passar, as localidades onde queria dormir, os sítios a visitar, e tinha tudo pronto para embarcar numa grande aventura …
Mas a aventura começou mesmo antes do embarque. Sim, um dia antes da viagem! Estou a fazer o check in e sou alertada/ informada pela companhia aérea relativamente ao visto (uma vez que ía permanecer mais de 30 dias no país). Rapidamente percebo que qualquer coisa tinha falhado. Após várias chamadas para a embaixada e para a companhia aérea, e sobre muito stress (sim, stresssss!) não consegui embarcar na viagem que tinha planeado, de dois meses. Embarquei no possível, um mês. Ainda no avião, simplifiquei tudo o que tina acontecido e pensei para mim mesma ‘o programa mantém-se exatamente o mesmo, tem é que ser feito em metade do tempo, e isso até pode trazer mais emoção’.
Foi um mês intenso, com muito para contar …, mas o melhor mesmo foi voltar a casa (à ‘terra’) e achar que Bali era um sítio para viver uma vida. E eu quis tanto viver essa vida! Hoje, passado mais de um ano, acho que o tempo – dois meses, um mês, uma vida – é irrelevante, o que ficou mesmo foi a aventura de uma Vida.

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