O entrudo já passou. Mas isso não significa ter que esperar mais um ano para o poder ‘ver’, sentir e interpretar. Sim, Lazarim uma localidade do concelho de Lamego e próxima da vila de Tarouca, conhecida por celebrar o entrudo mais genuíno e tradicional de Portugal tem aberto ao público durante todo o ano um Centro Interpretativo da Máscara Ibérica, o CIMI, e lá dentro o entrudo permanece sempre Vivo. Foi lá que passei um time off carregado de cores e tradições.

Chego à localidade depois de cerca de 20 minutos em estrada secundária. A localidade estava calma, iluminada por um sol brilhante que ‘aquecia’ as ruas. Os caretos, as máscaras não andavam cá fora (cheguei tarde), mas eu imaginei-os a todos (risos). Imaginei aqueles tresloucados e originais trajes, as danças divertidas, algumas com pouco nexo, os sons ensurdecedores dos chocalhos e toda a liberdade permitida para atuar à margem das regras. Gosto sempre deste mix entre o sagrado e o profano.

O CIMI é um espaço moderno giganteeee. São vários sub-espaços com um princípio comum, a partilha de máscaras e trajes do nordeste de Portugal e do norte de Espanha. Regiões que compartem rituais e hábitos ancestrais muito semelhantes. Circulei pelos vários espaços e encontrei máscaras de cores muito garridas (vermelhos, pretos, brancos), em vários materiais, cada uma com o seu significado. Não fiquei a saber todos, mas fiz questão de ‘experimentar’ as máscaras de Lazarim. Não posso ver nada (risos)! São máscaras lindíssimas esculpidas à mão em madeira de amieiro que querem ser Património Cultural da Unesco. E querem muito bem!

Gosto do poder quase sobre-humano que uma máscara transfere depois de posta (risos), mas gosto ainda mais destas viagens pelo nosso Portugal e pelo que é tradicional!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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