Sou fã do tradicional, sou fã do que é autêntico no ‘nosso Portugal’. Portanto, não podia deixar passar uma, duas romarias tão especiais da minha região. Da minha cidade – Vila Real -. E foram elas, a festa de Santa Luzia, em Dezembro e a festa de São Brás em Fevereiro. Festas de origem religiosa, são hoje tradições populares ‘combinadas’ entre si por um cariz profano.

Santa Luzia

A romaria de Santa Luzia, padroeira da vista, foi iniciada na Ermida. Uma freguesia a 30 minutos da cidade, isolada do meio urbano e da vida agitada. Cheguei um pouco tarde, depois da procissão, depois da celebração religiosa. A festa já não se fazia sentir, mas a fé, a esperança estava bem viva no andor que ainda permanecia na capela. Um andor que reunia cor, várias notas, olhos em cera e outros materiais. E outras pequenas peças com forte simbolismo de promessa.

Também já não havia os – pitos -, os famosos doces de Santa Luzia em massa folhada. Com recheio de abóbora e salpicados com canela apresentam forma quadrada com os cantos dobrados para dentro. Forma justificada pela sua semelhança aos pensos que se colocavam nos olhos com pomada para sarar problemas. Como não quis ficar sem comprar o pito ainda parei em Vila Nova, uma outra localidade, mais próxima da cidade, que também celebra a romaria. Lá ainda havia sinais de festa, ainda haviam as típicas barraquinhas improvisadas, e ainda havia pitos. E isso foi uma alegria (risos). É que manda a tradição, que para se ter direito a receber a – gancha – (doce de açúcar e água, em forma de bengala) do rapaz no São Brás, a rapariga tem que oferecer o pito na Santa Luzia. E isso, isso eu não queria perder (risos)!

São Brás

O São Brás foi celebrado na cidade, no centro da cidade, na – Vila Velha -, onde se localiza a capela de São Brás, padroeiro das doenças na garganta. Ainda antes de chegar já percebia que havia festa, a música popular soava alto ao longe. Aproximei-me e fui vendo as barraquinhas improvisadas a vender as – ganchas -, os famosos doces de São Brás, e algumas pessoas rumavam à capela. Conta a história, conta a lenda que a gancha terá surgido depois de São Brás ter salvo uma criança depois de engasgada com uma espinha na garganta. É que foi o facto de ter sido uma espécie de gancha em açúcar, e portanto doce, que fez com que a criança colaborasse.

Mas religiões e tradições à parte, não facilitei, não esperei, eu própria comprei a gancha. É que mesmo em time off mais vale prevenir que remediar (risos).
São Brás
São Brás
Santa Luzia
Santa Luzia

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