Time off na vila de Alcochete, a luz do Tejo! Ir de Lisboa até lá é atravessar a ponte Vasco da Gama e passar o Tejo em toda a sua dimensão estuarina. Foi o que fiz. A chegar, um concentrado casario baixo pintado de branco e pintalgado de amarelo ocre e de azul. Casas típicas, brilhantes e bonitas, numa arquitetura popular a sobressair dos tons do rio. Juntamente com pequenas embarcações, também pitorescas, dão as boas vindas a quem chega. A frente ribeirinha é o cartão de visita. Foi por lá que comecei …

A visita

A Igreja da Misericórdia, Imóvel de Interesse Público, estrategicamente localizada no coração da frente ribeirinha, acolhe o Posto de Turismo do município. E portanto, o ponto de partida para o passeio. Datada do séc. XV, o antigo espaço de culto está transformado para fins laicos. Acolhe o Núcleo de Arte Sacra que concentra no seu espólio a bandeira da misericórdia mais antiga do país. Apresenta também um valioso e incrível retábulo, um dos maiores tesouros artísticos do distrito de Setúbal.

No âmbito do património, destaque para a Igreja de São João Batista, a Igreja Matriz. Localizada no interior da vila e classificada como Monumento Nacional mantém da origem, séc. XV, o portal principal e lateral, a rosácea (linda!), e a organização das naves.

Chegar lá, foi passar pelo coração de Alcochete. Foi ver detalhes fortes de uma passado carregado de história que se tenta que permaneça vivo: i) D. Manuel I – foi ele que atribuiu foral a Alcochete, a 17 de Janeiro de 1515, em resultado do notório desenvolvimento que a terra teve durante o seu reinado. Altura em que os Descobrimentos Portugueses atingem o expoente máximo; ii) O salineiro – das identidades mais fortes das suas terras e das suas gentes. Até ao início do séc. XX havia cerca de 500 salinas em Alcochete. Portanto, foram muitas as famílias, e várias as gerações envolvidas no trabalho do sal.

Depois, e para finalizar, visitei o Núcleo Sede, que juntamente com o Núcleo de Arte Sacra constituem o Museu Municipal. Abordando diferentes temas, partilha o mais importante da história de um concelho em estreita relação com o Tejo. Destaque para a coleção etnográfica, onde se evidencia a salicultura, a construção naval e o transporte fluvial.

Agora, é voltar para um passeio no Bote Leão. A embarcação tradicional do Tejo que nos leva a navegar, em grande, entre a Reserva Natural do Estuário do Tejo, as Salinas do Samouco e a Ponte Vasco da Gama.

 

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