Ainda não tinha aterrado verdadeiramente na cidade. Talvez mesmo no dia a seguir e já caiam mensagens de algumas amigas: ‘boa sorte, que tudo te corra bem’, ‘força amiga!’, ‘mereces o melhor’, ‘vai à luta’, ‘vai dando notícias’, ‘diverte-te, aproveita’. Sim, uma mudança de vida que implicaria um período em time off sozinha é desafiante, mas também preocupante. Talvez mais para familiares e amigos do que propriamente para quem o faz.

Ainda assim, os amigos também têm um pouco aquele lado aventureiro apurado (pelo menos os meus têm, risos) e a alguns não lhes custaria muito (acho que mesmo nada, risos) fazer um time off. Por isso quiseram desde logo acompanhar a aventura, mesmo que virtualmente, e dar algumas sugestões (sugestões também elas apuradas, risos).  Entre várias, o Tinder. ‘ainda não conheces ninguém, estás aí sozinha, faz o download do Tinder’, “mas o que trata?”, pergunto eu ‘é uma aplicação fiche para quem está fora do país e sozinho, é para conhecer pessoal’, respondo “nunca ouvi falar, mas conhecer como?”, ‘bem, tem uma vertente date, mas vais gostar, também praticas o Inglês …’. Em poucos minutos e já estava a explorar a aplicação. “Afinal isto não tem uma vertente date, isto é mesmo uma aplicação de encontros”, e por instantes, achei logo que devia sair dali, que devia apagar a aplicação, não era nada o meu género (e na verdade não o é, risos). Mas não saí e não a apaguei.

De facto a amiga tinha razão. Até gostei, fiz vários matches (risos) e conheci várias pessoas que estavam na aplicação mais ou menos como eu (sim, podes sempre encontrar pessoas como tu). E em boa companhia ainda pratiquei o Inglês, fiz caminhadas, e desfrutei de alguns lanches bem animados. Claro que também percebi que havia os do date extremo, mas a esses eliminei-os em dois tempos (risos).

O que ficou mesmo foram só algumas conversas e partilhas animadas (sim, não casei, nem tive filhos, risos!!). E ainda a certeza de que não sendo o meu género até foi bom não o apagar …

 

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