A chegada do Outono não é uma excitação, mas não é mesmo (para mim, está claro). Os dias começam a ficar assustadoramente mais ‘pequenos’, mais escuros, mais frios e mais tristes. Nem o lado romântico e acolhedor, que muitos vêem, consigo ver. No entanto, não passo indiferente ao que a estação, a natureza, a terra nos dá nesta altura do ano. Sim, tanto e tão bom, for free!
 
Ir para a montanha apanhar cogumelos é-me familiar desde os meus tempos de criança. Eram tardes de sábado e domingo em família a apanhar cogumelos. Tardes de longas e lentas caminhadas, muita conversa, boa disposição, e olhos sempre bem abertos e pregados no chão para que nenhum ficasse para trás. Chegávamos a competir, mesmo que saudavelmente, com quem conseguia apanhar mais. Era bom voltar a casa estafada, com o calçado bem sujo, às vezes húmido das ervas altas junto aos ribeiros. Eram regressos felizes. Muitas vezes seguiam-se logo as jantaradas – cogumelos cozinhados no pote, a acompanhar com batata cozida -.
 

Em time off, quis voltar atrás no tempo, quis voltar à montanha, quis ir apanhar cogumelos. Estava com receio, confesso ’não sei se ainda os conheço bem’, ’com cogumelos não se brinca’, ’é melhor ir com alguém entendido’, ’não conheço os melhores sítios’,… Como ainda há quem não tenha ‘parado no tempo’, e vá até à montanha como eu vou ao café (risos), pedi-lhe para ir comigo, para irmos aos cogumelos juntos. Alguém que trata a montanha por tu, que conhece cada espécie ao detalhe. Subimos muros, caminhamos em lameiros, atravessamos ribeiros e apanhamos uma cesta de cogumelos. Depois, depois, foi prepará-los para a jantarada em família. 

 

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