Fui em time off ao Parque Arqueológico do Vale do Côa (Côa Parque), numa espetacular visita guiada à arte rupestre! No entanto, e antes de partir para o terreno, um pequeno enquadramento …

Como tudo começou

Foi em 1991, e na sequência da avaliação de impacto da construção da barragem do Côa, que se fizeram os primeiros achados arqueológicos. Só tornados públicos em 1994 provocaram imediatamente grande discussão e mediatismo. A construção da barragem motivaria a sua submersão…

Em 1996 o governo português decide abandonar a construção da barragem – no âmbito da arte paleolítica ao ar livre, há no Côa uma enorme importância artística e científica e um grande número de sítios -. Consequentemente, e no mesmo ano, é criado o Parque Arqueológico do Vale do Côa com o propósito de gerir, proteger, investigar e mostrar ao público, o importante complexo de arte rupestre existente. O maior conjunto mundial de arte paleolítica ao ar livre. Mais de 80 sítios com arte rupestre e cerca de 1200 rochas gravadas, num território de 200 kms2 em áreas dos concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Mêda.

Em 1998, e num processo rápido, assiste-se à classificação dos núcleos de gravuras rupestres do Côa Parque como Património Mundial pela UNESCO.

A visita

Desde o início estão disponíveis visitas orientadas por técnicos e em viaturas todo-o-terreno, ao terreno. Ao Côa Parque! Visitas distribuídas por três núcleos, que constituem dos principais sítios com arte rupestre paleolítica conhecidos na área do Vale do Côa. E o time off, foi em dois deles, a Canada do Inferno e a Penascosa.

Canada do Inferno

Terá sido o primeiro sítio de arte rupestre identificado (em finais de 1991), e cobre uma área de 46 rochas gravadas, das quais 39 com figurações paleolíticas. São visitáveis 6, com destaque para: i) uma figura de cavalo que apresenta duas cabeças, documentando a invenção da animação gráfica; e ii) uma particular e muito reduzida cabra representada a traço filiforme múltiplo, que deu origem ao logótipo do Côa Parque.

Penascosa

A Penascosa é um monte sobre o rio Côa, onde se encontram dispersas 36 rochas gravadas, 30 delas com motivos paleolíticos. São visitáveis 5. Neste sítio há a destacar: i) o percurso que é feito entre a típica aldeia de Castelo Melhor e o núcleo, pois oferece uma espetacular vista sobre a Quinta de Ervamoira; e ii) a riqueza das gravuras paleolíticas, bem representativas do melhor da arte do Côa.

Visitar os sítios, é participar! É encontrar nas rochas as gravuras, as linhas,…, é completar cada traço que pertence a um auroque (boi selvagem), a um veado, a um cavalo, a uma cabra, e outros. É fazer um conjunto variado de questões a que também correspondem um conjunto variado de respostas, e é sair de lá a querer voltar …

 

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